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A curiosa ligação entre o Recife e Nova Iorque

Foi no ano de 1999, com uma descoberta arqueológica, que fortaleceu ainda mais a ligação histórica entre o Recife e a cidade de Nova Iorque.

holandeses desembarcaram em Pernambuco

A saga de um desses grupos saídos do Recife é descrita pelo haham de Amsterdã Saul Levi Mortera, pouco antes do seu falecimento em 1660, no manuscrito à Providencia de Dios con Israel 2, que, passageiros do navio Valk, tiveram o seu barco tomado por espanhóis que os ameaçava de entregar à Inquisição. Na Jamaica, porém, foram os judeus libertados pelos franceses e, com eles, rumaram em direção à Nova Amsterdã a bordo do barco Sainte Catherine. Desse grupo, 23 judeus, entre homens, mulheres e crianças, já se encontravam na Nova Amsterdã em setembro de 1654, fundando assim a primeira comunidade judaica daquela que veio a ser a cidade de Nova York.

Voltando no Tempo

Os holandeses desembarcaram em 1630 em Pernambuco, ao norte de Olinda, em uma praia, hoje conhecida como Pau Amarelo. Daí chegaram pelas margens do mar até Olinda, depois ao Recife. Durante esse período emigraram para o Recife milhares de judeus sefarditas de origem portuguesa, refugiados nos Países Baixos, que vieram para a então colônia holandesa atraídos pela liberdade de culto religioso.

No período em que Maurício de Nassau dominou a cidade, esse grupo religioso teve a tão sonhada liberdade de culto e construiu a primeira sinagoga das Américas, a Kahal Zur Israel, na rua dos Judeus, atual rua do Bom Jesus.

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A presença holandesa no Nordeste durou 24 anos. Em 1654, os holandeses foram expulsos definitivamente e a comunidade judaica ficou em situação de risco, tendo que acompanhá-los. Dessa pequena diáspora, um grupo de 23 judeus migrou para o pequeno povoado de Nova Amsterdã. Ali, segundo os livros de história dos Estados Unidos, fundaram a cidade de Nova York.

New York Times Square

A Descoberta

Em 1999, a Federação Israelita de Pernambuco solicitou uma busca ao Laboratório de Arqueologia da UFPE visando descobrir o local exato onde funcionou a sinagoga Kahal Zur Israel. O material arqueológico datado do século XVII, foi identificado pelo Iphan e pela Universidade Federal de Pernambuco. Como comprovação da existência e funcionamento da Congregação, foi identificada a construção de uma piscina com sete degraus utilizada em rituais de banho de purificação. A Kahal Zur Israel é um ponto turístico do Recife, visitada por gente de todo o mundo.

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