Eis que no céu surge um dirigível nunca antes visto. O povo encantado sai de suas casas, vai às ruas e pontes do Recife para vê-lo passar.
O Graf Zeppelin foi um dirigível fabricado na Alemanha. O primeiro vôo aconteceu em 1928, de Frankfurt para Nova York, e durou 112 horas. Em seu vôo inaugural no Brasil, o Zeppelin chegou ao Recife, atracando no Campo do Jiquiá em 22 de maio de 1930. Com espectadores de mais de 15.000 pessoas, juntamente com o governador do estado de Pernambuco, Estácio Coimbra e o sociólogo Gilberto Freyre.
O dirigível tinha 213 metros de comprimento, 5 motores, transportava 20 passageiros e cerca de 45 tripulantes, sendo o maior dirigível da história até a data de sua construção em 1928. Sua estrutura era baseada numa carcaça de alumínio, revestida por uma tela recoberta por lona de algodão, pintada com tinta prata, para absorver o calor.
Com uma velocidade de até 128 km por hora, tinha capacidade de carga para até 62 toneladas e um design elegante com um conforto de luxo para os passageiros. Possuía banheiros, sala de jantar e estar, cozinha, e salas de rádio e navegação.
O Zeppelin, contava ainda com 10 camarotes, com dois beliches cada um, que confirmavam a fama de “hotel voador”. A passagem, na época, custava 6.590 réis, cerca de R$ 2.300. Não era permitido fumar a bordo durante toda a viagem. Era verificado no embarque se nenhum passageiro portava isqueiros ou fósforos.
Nenhum acidente foi registrado com o LZ 127 Graf Zeppelin em cerca de uma década de operação. Após a tragédia com o LZ 129 Hindenburg em maio de 1937, ele não mais realizaou voos, sendo retirado de operação, até que foi desmanchado em 1940, juntamente com o LZ 130 Graf Zeppelin II e suas estruturas de alumínio foram utilizadas para a confecção de material bélico na Segunda Guerra Mundial.